É recorrente nos tribunais do país a realização de audiências
envolvendo jornalistas ou veículos de comunicação. Muito se questiona sobre até
que ponto os profissionais da imprensa devem publicar notícias que exponham a
vida das pessoas. Sabemos que a realidade do jornalismo não está fácil.
Redações cada vez mais enxutas apelam para reportagens sensacionalistas o tempo
todo. Muitas são mesmo passíveis de aplicação de processos. Outras são confundidas
por afetar direitos de personalidade, quando apenas seguem os direitos da
liberdade de imprensa.
Mas nas reportagens vale o bom senso, vale o que o
jornalista deve aplicar, que é a ética acima de tudo. Todo jornalista sabe, ou
deveria saber, qual é o limite entre uma notícia que realmente importa para a
sociedade e qual não importa. São os chamados valores de notícia. E sabe que
palavras podem mudar o rumo de vidas, por isso é tão importante a formação
jornalística para entender tudo isso, o que pode estar além de uma matéria.
O Direito respalda jornalistas, que podem garantir o
anonimato da fonte, ou seja, quando alguém tem alguma informação necessária
para determinada reportagem, que denuncia algo, é possível criar até um nome
fictício, sem haver problemas para isso. É claro, novamente, a ética
profissional deve ser envolvida.
Tem jornalismos e jornalistas por aí, de todos os tipos. E
por isso, é comum vermos matérias que não têm nenhum resultado para a
sociedade. Porém, por outro lado, vemos uma ameaça constante à liberdade de
expressão e imprensa, quando alguém processa um jornalista que investiga, apura
e denuncia, por meio de uma reportagem, atos ilegais por exemplo, cometidos com
o dinheiro público.
Muita gente não gosta, entende que tem seus direitos de
personalidade denegridos. Será? Ao fazer uso do dinheiro público, que o povo
luta para conquistar todos os dias e pagar corretamente seus impostos, quem
está denegrindo algo aqui é a fonte citada, já que está prejudicando o país. Tudo tem limite, o jornalista não deve expor a
vida privada desta pessoa, mas sim fazer uso do seu papel tão importante na
sociedade para denunciar aberrações com o dinheiro do povo.